segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Insanidade



             É madrugada novamente e aquela velha insônia volta a me visitar, aqui de onde estou vejo a cidade vazia, sombras frias que me convidam para uma viagem tento não embarcar e travo uma guerra violenta comigo mesmo, meus pensamentos feridos calculam a distância entre a sanidade e o que é insano, lagrimas já são normais. No radio Renato diz “Parece cocaína mas é só tristeza”. Acho que de algum lugar ele me vê, de certa forma ele me entende, deve ter passado inúmeras madrugadas com a mesma companhia. Na medida que o relógio gira o tempo também não perdoa e a vida vai se tornando cada vez mais rara, os pensamentos mais confusos e as dores mais profundas, tento mudar de estação e em uma outra frequência Renato diz “E o vento vai levando tudo embora...”. A essa altura já não sou o mesmo do início, o sol começa a aparecer, os galos cantam e a noite se desfaz. Tenho o mesmo rosto mas não o mesmo olhar, tenho o mesmo corpo mas não as mesmas cicatrizes, agora vou me deitar e me preparar porque amanhã... ah! Amanhã volta tudo de novo, a velha insônia, os mesmos pensamentos feridos, mais uma guerra e uma outra história.

Rafael Valeriano 

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